Apocalipse no Nilo: A Surpreendente Visão Sobre O Fim do Mundo na Mitologia Egípcia
Quando pensamos no "fim do mundo", geralmente imaginamos catástrofes. Filmes, livros e muitas culturas nos mostram terremotos, fogo e destruição total. É um evento único, dramático e, acima de tudo, final. No entanto, se viajarmos de volta no tempo, para as margens do rio Nilo, descobriremos uma visão muito diferente. Os antigos egípcios tinham uma compreensão única sobre o tempo, a criação e, consequentemente, a destruição.
O Fim
do Mundo na Mitologia Egípcia não era um evento singular e
aterrorizante que todos esperavam. Na verdade, era um conceito muito mais
complexo, profundo e cíclico. Para os egípcios, o universo não seguia uma linha
reta do início ao fim. Pelo contrário, ele se movia em ciclos, como o sol que
nasce e se põe, ou como o Nilo que inunda e recua. A maior preocupação deles
não era um apocalipse de fogo, mas sim o colapso da ordem.
Este artigo explora exatamente isso. Vamos mergulhar nos textos antigos, nos mitos dos deuses e entender as várias formas que o "fim" poderia tomar. Prepare-se para conhecer Apófis, a serpente do caos; entender a fúria de Sekhmet; e descobrir o que aconteceria quando o próprio deus criador decidisse que tudo deveria voltar ao início.
O Conceito de Ciclo: O Coração da Visão Egípcia
Para entender o fim, precisamos primeiro entender o tempo. A
vida no Egito Antigo era regulada por ritmos constantes. Esses ritmos eram a
base de sua religião e visão de mundo.
O Nilo como Metáfora da Vida
A civilização egípcia existia por causa do Rio
Nilo. Sem ele, haveria apenas deserto. O Nilo, no entanto, não era estável
o ano todo. Ele tinha um ciclo poderoso.
1. Akhet
(A Inundação): Todo ano, o rio transbordava. Ele cobria as terras e
depositava um lodo preto e rico, chamado kemet. Esse era um tempo de
renascimento.
2. Peret
(O Crescimento): Quando as águas baixavam, os fazendeiros plantavam no solo
fértil. Era o tempo de crescimento e emergência.
3. Shemu
(A Colheita): Por fim, chegava o tempo da seca e da colheita, quando os
frutos do trabalho eram recolhidos.
Esse ciclo de inundação, crescimento e colheita era a vida.
Portanto, os egípcios viam o universo da mesma forma. A vida não acabava; ela
apenas se transformava para começar de novo. A morte não era um fim, mas uma
transição para outro ciclo.
O Sol: A Batalha Diária
O ciclo mais importante, contudo, era o do sol. O deus-sol, Rá
(ou Ré), era a principal divindade. Sua jornada diária era a prova de que a
vida sempre vencia a morte.
Durante o dia, Rá viajava pelo céu em sua "Barca de
Milhões de Anos", iluminando o mundo. Mas, ao pôr do sol, ele mergulhava
no Duat, o submundo. O Duat era um lugar de perigo, escuridão e
caos. A noite era, para os egípcios, um "quase" fim do mundo. A cada
noite, Rá precisava lutar contra as forças das trevas para conseguir nascer
novamente na manhã seguinte.
Se o sol não nascesse, o mundo como o conheciam acabaria.
Assim, o "fim do mundo" não era um evento futuro distante; era uma
ameaça que acontecia a cada 12 horas.
Maat vs. Isfet: A Balança Cósmica
Este é, talvez, o conceito mais importante de toda a
mitologia egípcia. Os egípcios acreditavam que o universo era mantido por um
princípio chamado Maat.
Maat não é fácil de traduzir. Ela é uma deusa, mas
também é um conceito. Significa ordem, verdade, justiça, equilíbrio e harmonia
cósmica. Era o que mantinha o universo funcionando. Os planetas giravam, o Nilo
inundava e o sol nascia por causa de Maat. O Faraó tinha como principal dever
manter Maat na Terra.
O oposto de Maat era Isfet. Isfet era o caos, a
mentira, a injustiça e a destruição. Isfet não era necessariamente
"mau" no sentido moral, mas sim a força natural da desordem. Era o
estado do universo antes da criação.
Portanto, o verdadeiro Fim do Mundo na Mitologia
Egípcia seria o momento em que Isfet (caos) vencesse Maat (ordem). Se a
ordem cósmica falhasse, o universo simplesmente pararia de funcionar.
Apófis: A Serpente do Caos e o Apocalipse Diário
Se Isfet é o conceito do caos, Apófis (ou Apep) é a
sua personificação. Apófis era o inimigo número um dos deuses e da criação.
Ele não era um deus normal que participava do panteão. Ele
era uma entidade primordial. Apófis era uma serpente gigantesca, às vezes
descrita como tendo quilômetros de comprimento. Ele vivia nas águas escuras do Duat
(o submundo) e seu único objetivo era destruir a ordem.
A Batalha na Barca Solar
Como mencionamos, Rá viajava pelo submundo todas as noites.
É aqui que o confronto acontecia. Apófis tentava atacar a Barca Solar. Seu
objetivo era engolir Rá. Se ele conseguisse, o sol não nasceria. O resultado
seria o fim do mundo.
Imagine o medo: a cada pôr do sol, o universo inteiro corria
o risco de acabar. A criação mergulharia na escuridão eterna e o caos de Isfet
reinaria.
Esta batalha não era uma história contada apenas uma vez;
ela acontecia todas as noites. Isso significa que o apocalipse era uma
ameaça constante e diária.
Os Defensores de Rá
Felizmente, Rá não viajava sozinho em sua barca. Ele tinha
uma tripulação de deuses poderosos para protegê-lo. E, ironicamente, o maior
defensor contra o caos era o deus do próprio caos: Seth.
Seth era o deus das tempestades, do deserto e da desordem.
Ele era complexo. Embora tenha matado seu irmão Osíris,
ele também era o único deus forte o suficiente para ficar na proa da barca de
Rá. Todas as noites, era Seth quem usava seu arpão de ferro para perfurar
Apófis e repelir a serpente gigante, garantindo que o sol pudesse nascer.
Outros deuses também ajudavam. Ísis
usava sua magia para confundir a serpente. Mehen, um deus-serpente, se
enrolava ao redor de Rá para protegê-lo.
E se Apófis Vencesse?
Os textos egípcios são claros sobre o que aconteceria. Se
Apófis vencesse, o mundo pararia. Os "Textos dos Sarcófagos"
descrevem isso como um estado de inércia. As águas parariam de fluir, as
plantas parariam de crescer e os deuses e humanos seriam dissolvidos.
Para ajudar os deuses, os sacerdotes na Terra realizavam
rituais. Havia cerimônias diárias nos templos para "repelir Apófis".
Eles criavam imagens da serpente em cera ou papiro e, em seguida, as destruíam
ritualmente – esmagando, queimando ou cuspindo nelas. Era uma forma de magia
simpática: ao destruir a imagem na Terra, eles ajudavam Seth a destruir a
entidade no submundo.
Isso mostra como o "fim do mundo" era uma preocupação prática e diária, combatida ativamente por deuses e humanos.
A Ira de Rá e a Quase Destruição da Humanidade
Embora a ameaça de Apófis fosse constante, houve um momento
em que o fim do mundo quase veio dos próprios deuses. Este mito é contado em um
texto antigo chamado "O Livro da Vaca Celestial".
A história é uma espécie de "quase" apocalipse,
que mostra a fragilidade da relação entre deuses e homens.
O Desrespeito Humano
A história começa com Rá governando a Terra diretamente,
como um Faraó divino. No entanto, ele estava envelhecendo. Seu corpo tremia e
sua saliva escorria. A humanidade, vendo a fraqueza de seu rei, começou a
conspirar contra ele. Eles zombavam de Rá e planejavam derrubá-lo.
Rá, percebendo a traição, ficou furioso. Ele convocou uma
reunião secreta com os outros deuses primordiais, incluindo Nun (o
oceano caótico original).
Rá disse: "Eu criei a humanidade a partir do meu Olho.
E agora, eles planejam o mal contra mim. Diga-me, o que devo fazer?"
Nun, o mais antigo dos deuses, deu um conselho terrível. Ele
disse para Rá enviar seu "Olho" para punir os humanos.
A Vingança: O Olho de Rá se Torna Sekhmet
O "Olho
de Rá" não era um olho físico. Era uma manifestação do poder
destrutivo de Rá, uma entidade feminina poderosa. Quando Rá enviou seu Olho à
Terra para punir os conspiradores, o Olho tomou a forma da deusa Sekhmet.
Sekhmet era uma deusa leoa. Ela era a personificação da
fúria, da peste e da guerra. Ela era o calor escaldante do sol do meio-dia,
capaz de destruir tudo.
A Deusa Sedenta de Sangue
Sekhmet desceu sobre a humanidade e começou seu massacre.
Ela era incrivelmente eficiente. Ela rasgava corpos, bebia sangue e destruía
aldeias. A matança era tão intensa que o Nilo ficou vermelho de sangue.
No entanto, algo deu errado. Sekhmet, ao provar o sangue,
desenvolveu um gosto por ele. Ela entrou em um frenesi de violência e não
conseguia mais parar. Ela começou a matar não apenas os conspiradores, mas toda
a humanidade.
Rá, olhando do céu, viu a destruição. Ele percebeu que seu
plano de "punir" havia se tornado um plano de "extermínio".
Ele se arrependeu. Ele não queria destruir sua criação completamente. Mas como
parar a fúria de Sekhmet?
O Plano para Salvar o Resto
Rá agiu rapidamente. Ele ordenou que os sacerdotes
coletassem milhares de jarras de cerveja. Ao mesmo tempo, ele mandou moerem
grandes quantidades de ocre vermelho (um mineral) ou, em outras versões, romãs.
Eles misturaram o pó vermelho com a cerveja. A mistura ficou
espessa e com a cor idêntica à do sangue humano.
Em seguida, sob a cobertura da noite, Rá ordenou que essa
"cerveja de sangue" fosse derramada sobre os campos de Dendera, onde
Sekhmet planejava continuar seu massacre na manhã seguinte.
Quando o sol nasceu, Sekhmet chegou, pronta para matar. Mas
ela viu os campos inundados com o que parecia ser sangue. Animada, ela correu e
começou a beber. Ela bebeu tanto daquela cerveja que ficou completamente
bêbada.
O álcool acalmou sua fúria. Ela adormeceu. Quando acordou,
sua sede de sangue havia passado. Ela se transformou na deusa Hathor,
a gentil deusa do amor, da música e da alegria.
A humanidade foi salva, mas por pouco. Este mito serve como
um poderoso aviso: o fim do mundo poderia vir não apenas do caos exterior
(Apófis), mas também da ira divina e da falha humana em manter Maat.
A Visão Principal: O Fim do Mundo na Mitologia Egípcia e o Retorno a Nun
Até agora, vimos o apocalipse diário (Apófis) e o
quase-apocalipse (Sekhmet). Mas os egípcios tinham, sim, uma visão de um fim definitivo?
A resposta é sim. Mas, novamente, era um fim cíclico.
Os egípcios acreditavam que a criação, o universo e até os
deuses tinham um tempo de vida. Era um ciclo imensamente longo, talvez milhões
de anos, mas era finito. No final deste grande ciclo cósmico, o próprio deus
criador ficaria cansado.
O Grande Cansaço de Atum-Rá
O deus criador, muitas vezes chamado de Atum (ou
Atum-Rá), foi quem emergiu sozinho do caos primordial. Ele criou o mundo
através de sua própria vontade. Mas manter esse mundo, sustentar Maat contra
Isfet, era um trabalho exaustivo.
Em vários textos funerários, especialmente no "Feitiço
175" dos Textos dos Sarcófagos e do Livro
dos Mortos, encontramos um diálogo fascinante entre Atum
e o deus Osíris.
Nesse diálogo, Osíris lamenta estar preso no submundo, na
escuridão. Atum o conforta, mas também revela o destino final do universo.
Atum declara que, após milhões de anos, ele irá
"destruir tudo o que criei". Ele diz que o mundo retornará ao seu
estado original.
O Oceano Primordial (Nun)
Qual era o estado original? Antes da criação,
só existia Nun.
Nun é o oceano primordial. É uma massa de água escura,
caótica, infinita e sem forma. Foi de dentro de Nun que Atum-Rá se auto-criou,
dando início ao universo ordenado.
O fim do mundo egípcio, portanto, não é fogo. É água.
A visão egípcia do apocalipse é uma "des-criação".
O céu (Nut) e a terra (Geb), que foram separados no início dos tempos,
colapsariam e se misturariam novamente. As montanhas se dissolveriam. Os deuses
perderiam suas formas. Tudo o que é sólido se tornaria líquido.
O universo inteiro seria engolido de volta por Nun, o oceano
caótico. O mundo voltaria a ser como era antes do primeiro dia.
O Destino Final: Atum e Osíris como Serpentes
Neste fim de tudo, o que aconteceria com os deuses e as
almas?
No mesmo diálogo com Osíris, Atum diz algo surpreendente.
Ele afirma que, quando o mundo se dissolver, apenas duas entidades
sobreviverão: ele mesmo (Atum) e Osíris.
Mas eles não sobreviveriam como os deuses que eram. Eles
perderiam suas formas divinas e se transformariam em serpentes. Juntos, os dois
deuses-serpentes nadariam eternamente no caos escuro de Nun.
Este é o fim definitivo. A ordem (Maat) é completamente
dissolvida. O ciclo se fecha. Não há mais criação, apenas o caos aquoso
original.
Contudo, sendo os egípcios obcecados por ciclos, muitos egiptólogos acreditam que, mesmo dentro de Nun, a semente de uma nova criação estaria adormecida. Após um período incontável de tempo, talvez Atum sentisse a vontade de criar novamente, e um novo universo começaria, exatamente como o anterior.
O Fim do Indivíduo: O Julgamento de Osíris
Enquanto o fim do universo era uma ideia filosófica
distante, o "fim do mundo" pessoal era uma realidade imediata para
todo egípcio: a morte.
O que acontecia com a alma após a morte era, para eles, um
apocalipse particular. E, assim como no cosmos, havia duas opções: a
continuidade (um ciclo) ou o esquecimento final (o verdadeiro fim).
O Salão das Duas Verdades
Quando um egípcio morria, sua alma (chamada Ba e Ka)
viajava para o Duat. Lá, ela enfrentaria o julgamento final no Salão das
Duas Verdades, presidido por Osíris, o rei do submundo.
O morto deveria primeiro fazer a "Confissão
Negativa", declarando que não cometeu uma longa lista de pecados (não
matei, não roubei, não menti, não causei dor, etc.).
A Pesagem do Coração (Psicostasia)
Após a confissão, vinha o teste real: a pesagem
do coração. O coração (Ib) era considerado o centro da inteligência,
da memória e da consciência.
O deus com cabeça de chacal, Anúbis,
conduzia o morto até uma grande balança de ouro. De um lado da balança, Anúbis
colocava o coração do morto. Do outro lado, ele colocava a Pena de Maat
(a pena da verdade e da ordem).
Tote,
o deus da sabedoria com cabeça de íbis, ficava ao lado, registrando o
resultado.
O Destino: Aaru ou Ammit
Havia dois resultados possíveis neste julgamento:
1. Coração
Leve (Aprovado): Se o coração fosse tão leve quanto a pena, isso
significava que a pessoa havia vivido uma vida justa, de acordo com Maat. A
balança ficava em equilíbrio. Osíris, então, permitia que a alma seguisse para Aaru,
os Campos de Junco. Aaru era o paraíso egípcio: uma versão idealizada do Egito,
com campos férteis e rios abundantes, onde a alma viveria eternamente na
companhia dos deuses.
2. Coração
Pesado (Reprovado): Se o coração estivesse pesado de pecados (Isfet), ele
afundaria a balança. Este era o fim.
Ao lado da balança, esperava uma criatura aterrorizante
chamada Ammit,
a "Devoradora de Almas". Ammit era um demônio híbrido, com a cabeça
de um crocodilo, o tronco de um leão e os quartos traseiros de um hipopótamo
(os três animais mais temidos do Egito).
Se o coração fosse pesado, Anúbis o jogaria no chão, e Ammit
o devoraria instantaneamente.
Ser devorado por Ammit era a "Segunda Morte". Este
era o verdadeiro e final "fim do mundo" para um indivíduo. A alma não
ia para um inferno de tortura; ela simplesmente deixava de existir. Era o
esquecimento total, o fim absoluto da consciência. Era o horror final para um
egípcio, que passava a vida inteira se preparando (com amuletos, rituais e o
Livro dos Mortos) para evitar exatamente esse destino.
Conclusão: Um Fim que é um Começo
Como vimos, O Fim do Mundo na Mitologia Egípcia é
muito diferente de nossas ideias modernas.
Não era um evento único, mas uma série de possibilidades.
Era o medo diário de que Apófis engolisse o sol. Era a lembrança de que
a fúria divina, como a de Sekhmet, poderia quase acabar com tudo. E era
a certeza filosófica de que, um dia, daqui a milhões de anos, o universo
cansado se dissolveria de volta no oceano caótico de Nun.
Acima de tudo, o fim do mundo era a falha da ordem. O
verdadeiro terror não era o fogo, mas o caos. A vitória de Isfet sobre Maat.
A visão egípcia nos ensina que o universo não é uma linha
reta, mas um círculo. A destruição não é o oposto da criação; ela é parte
necessária do ciclo. O fim é apenas o prelúdio de um novo começo. Assim como o
Nilo inunda para trazer nova vida, o universo egípcio talvez precisasse
terminar para poder nascer novamente.
Perguntas e Respostas (FAQ)
O Egito Antigo tinha um "Apocalipse" como vemos na Bíblia?
Não exatamente. O conceito judaico-cristão de Apocalipse
(como no Livro da Revelação) é linear: é um evento final e único que destrói o
mundo antigo e cria um novo mundo permanente. A visão egípcia era cíclica. O
"fim" era uma ameaça diária (Apófis) ou um evento cósmico que
simplesmente reiniciava o ciclo, dissolvendo o mundo de volta ao caos aquático
(Nun) de onde ele veio.
Quem era o principal "vilão" do fim do mundo egípcio?
O vilão mais ativo e imediato era Apófis (ou Apep), a
serpente gigante do caos. Ele tentava destruir o mundo todas as noites
ao atacar a barca solar de Rá. Se ele vencesse, a criação terminaria. O
conceito mais amplo do mal era Isfet, o caos, que era o oposto de Maat
(ordem).
O que acontecia com as pessoas boas se o mundo acabasse?
Os textos não são totalmente claros, mas a ideia principal do fim cósmico (o retorno a Nun) é que tudo seria dissolvido. No Feitiço 175 do Livro dos Mortos, o deus Atum diz que destruirá "tudo" o que criou. Isso provavelmente incluiria as almas justas em Aaru (o paraíso). No entanto, o mesmo texto diz que Osíris (o rei dos mortos) sobreviveria junto com Atum, transformados em serpentes. Talvez as almas justas, estando sob a proteção de Osíris, fossem preservadas de alguma forma dentro dele, prontas para um novo ciclo de criação.
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